História de vida...
Hostilizado no primeiro teste ele superou os músicos que o julgaram .
Hoje, Rubens De Donno, 41, é músico conceituado, contrabaixista pela Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo, spalla (nome dado ao 1º contrabaixo) na Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e professor pela Universidade Livre de Música Tom Jobim. Quem diria que, quando começou, aos 15 anos, foi tão desencorajado que chegou a ficar traumatizado. Mas o importante é que a falta de estímulo não o deteve e ele pôde provar para muita gente que estava certo, embora fosse muito novinho, quando tomou a decisão de tocar contrabaixo e seguir carreira na música erudita.A primeira desmotivação Rubens sofreu quando foi fazer o teste de contrabaixo para entrar na Escola Municipal de Música de São Paulo. E, vejam só, ele foi julgado por causa da estatura. Não que fosse baixinho. Afinal, 1,64m para um adolescente de 15 anos está de bom tamanho. Mas a banca examinadora que o viu tocando achou que era pouca altura para muito instrumento e, em tom de hostilidade, o aconselhou a desistir do contrabaixo. “Aquilo me magoou tanto...Disseram para eu esquecer o instrumento e me dedicar à teoria musical. Lembro que, muito triste, fiz um desenho que era um quadrinho com um anão tocando contrabaixo”, comenta ele.Rubens lembra que, com o apoio do pai, conseguiu comprar um arco e ter um contrabaixo emprestado. Foi assim que começou a realizar o seu sonho de menino, mas não sem enfrentar muitos outros “nãos”.No começo dos anos 90, já cursando música erudita na Escola de Comunicação e Artes da USP, Rubens foi recusado na seleção de uma orquestra. O mundo dá voltas e, em 1998, o músico foi convidado para ser chefe dos músicos que o reprovaram.Embora tenha vivido diversos percalços, Rubens acredita que todos o ajudaram. “O segredo para manter a disposição e enfrentar problemas na carreira é olhar os erros como oportunidades para novas chances”, ensina. “Fiquei com raiva quando não passei nesse teste da orquestra, mas hoje vejo que não estava tão bem preparado. Não adianta ficar culpando os outros. Você tem de vê-los como alavançar para o sucesso.”